Mal-educado

Uma recente pesquisa realizada pelo IBOPE a pedido da organização "Todos pela Educação" apontou que para a população brasileira, a educação vem em sexto lugar como critério de escolha de um candidato a um cargo eletivo. Na mesma pesquisa, a criação de empregos é o maior anseio dos votantes, seguido por combate ao tráfico de drogas, combate à corrupção e políticas de assistencialismo, como o Bolsa-Família e o Bolsa-Escola, conhecidos por ser de transferência de renda.

Também foi divulgado que menos de 30 % dos políticos que investiram maciçamente em educação, melhorando o nível escolar, conseguiram se reeleger. Enquanto 66% daqueles que investiram em programas sociais assistencialistas, se reelegeram. Atualmente, há uma campanha em Rádio, Jornal e TV, apoiada pelo grupo "Todos pela Educação" e outros muitos parceiros, para conscientizar a população da importância da educação como prioridade social.

Esta pesquisa reflete o discernimento geral da massa brasileira ao votar. Em um país que ainda muitos não vivem, mas sobrevivem, educação não é o prioritário. Prioritário é a "esmola institucionalizada" como os Bolsas-Esmolinhas do governo federal, que dão uma manjubinha para os carentes, mas não os ensinam a pescar um lambari. E para esses que passam fome alimentar, social e muitas outras, a educação não enche barriga. E é aí que muitos desses nossos corvos da política se fazem, criando esses currais eleitorais para se regozijarem nos cargos e sugar tudo aquilo que a corrupção lhes pode ceder.

Eu me lembro bem neste momento do Senador de Brasília, ex-governador da mesma cidade e candidato à presidência em 2006, Cristóvam Buarque. O seu lema era Educação, assim como foi em todos os seus mandatos. Resultado: Cristóvam não se reelegeu no governo da capital federal, teve apenas 2% dos votos válidos para a presidência e quando ministro da educação de Lula, teve que sair devido as inúmeras restrições que sofreu para implantar um projeto de educação digno para a sociedade brasileira.

É vital informar àqueles que não sabem que só através de uma educação digna e real, o país poderá evoluir, formando cidadãos conscientes de como é que se deve exercer realmente o direito ao voto no nosso regime democrático. Certamente além de aumentar o nosso quadro de medalhas em olimpíadas, melhoraremos também a saúde, o saneamento básico, o combate a violência e muitas outras atuais mazelas, porque de fato a massa entenderá que emprego, saúde, combate ao tráfico e a corrupção é um dever de nossas autoridades, assim como é nosso dever escolher bem quem irá nos representar por quatro anos. E isso, uma educação desenvolvida fará.