sexta-feira, 19 de junho de 2009

Quem quer ser Jornalista ? (Parte 2) - Olhem o que a Globo acha...

Fazendo a minha costumeira leitura diária de blogs e portais do metiê jornalístico, encontrei no Comunique-se a matéria em que as Organizações GLOBO divulgam o seu posicionamento oficial sobre o fim da obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista:

As Organizações Globo se manifestaram favoravelmente à decisão do Supremo Tribunal Federal de revogar a exigência do diploma para o exercício do jornalismo. Um comunicado divulgado na tarde desta quinta-feira (18/06) informa que o fim do diploma "apenas ratifica uma prática da organização".

"A decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o diploma de jornalista é bem-vinda. Ela atesta como legal situação vivida por órgãos de imprensa, que, há anos, têm na sua equipe especialistas de outras áreas, com talento reconhecido, mas que não se formaram na profissão. A decisão do STF apenas ratifica uma prática que sempre foi nossa”, diz o comunicado, assinado pelo vice-presidente João Roberto Marinho.

Os veículos de comunicação ligados à corporação mantêm em seus quadros de jornalismo profissionais que não são graduados nessa área. Na visão da empresa, essa prática não conflita com a contratação de jornalistas formados. No comunicado, as Organizações Globo reconhecem os cursos de Jornalismo como fundamentais e afirmam que continuarão a buscar neles seus profissionais.
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Como disse no Post abaixo, nada muda atualmente, visto que isso (jornalistas sem diploma) já ocorre naturalmente nas empresas de comunicação...

Mas e o futuro? E a qualidade jornalística, a ética, os conhecimentos teóricos importantes, a convivência acadêmica... Isso tudo não mudará radicalmente o conceito dos cursos de Jornalismo daqui para frente?

Será uma grande utopia a partir de hoje se qualificar em uma faculdade para jornalismo?

Já vejo surgir dezenas de "cursos rápidos de jornalismo: Seja jornalista em uma semana!"

O que será que está por trás deste interesse? Desqualificar a profissão para cada vez mais os verdadeiros detentores da liberdade de imprensa (os donos dos veículos)objetivarem os seus interesses escusos?

Comentem no Blog.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quem quer ser jornalista?

Notícia extraída do portal Comunique-se:

O diploma para o exercício da profissão de jornalista já não é mais uma obrigatoriedade no Brasil. Por oito votos a um, o Supremo Tribunal Federal considerou incompatível com a Constituição a exigência da graduação em jornalismo para o exercício da profissão, em votação do Recurso Extraordinário 511961, nesta quarta-feira (17/06).

Os ministros Gilmar Mendes, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello votaram contra a exigência. Apenas Marco Aurélio Mello votou a favor da obrigatoriedade do diploma.

No início da sessão plenária, as teses se dividiram entre a posição defendida pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo e o Ministério Público Federal (MPF), contra a obrigatoriedade do diploma, e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), com o apoio da Advocacia Geral da União, sustentando a exigência.

Gilmar Mendes, relator do recurso, defendeu a autorregulação da imprensa. “São os próprios meios de comunicação que devem definir os seus controles”, afirmou.

Mesmo sem a exigência de diploma, os cursos de jornalismo devem continuar existindo, argumentou Mendes. “É inegável que a frequência a um curso superior pode dar uma formação sólida para o exercício cotidiano do jornalismo. Isso afasta a hipótese de que os cursos de jornalismo serão desnecessários”, avaliou.

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Esta decisão envolvendo a obrigatoriedade ou não do diploma se arrasta desde 2001, e a revogação da obrigatoriedade despertou as mais diversas opiniões sobre o assunto.

Eu vejo da seguinte maneira: Como sou estudante de jornalismo, acho moralmente importante e não apenas legalmente relevante, ter o diploma, a graduação, para exercer a profissão - senão não estaria estudando!...

A verdade é que a queda da obrigatoriedade não muda nada no cenário atual do mercado de comunicação, visto que muitos nomes consagrados, entre eles Ricardo Boechat do grupo BAND que sequer terminou o ensino médio, não têm a graduação e exercem a profissão com devido reconhecimento de qualidade. Mas o diploma tem que ser o carimbo, a chancela, o ingresso de quem quer militar nesta apaixonante e desgastante profissão daqui para a frente. Mas e quando estes "dinossauros" do jornalismo forem extintos?

Quem deve fazer este "controle de qualidade" de quem trabalha no mundo das notícias é o veículo, as empresas de comunicação. E é aí que está a gênesis do problema. Para alguns, sem a obrigação da diplomação, as empresas vão pouco a pouco, descaracterizar a profissão. Com isso, a queda vertiginosa da qualidade jornalística nos meios seria inevitável.

Sem contar o fenômeno atual da internet, onde muita gente produz e reproduz conteúdo, ajudando até a formular opinião. Caso recente dos Blogs, micro-blogs e muito mais... Seriam eles agora jornalistas também?

Aí acho eu, surge o vácuo na situação. O que será relevante para considerar alguém jornalista? formação, experiência, poder de influência, habilidades individuais? que critérios seriam levados em consideração?

Para o futuro da profissão, poderá ser um problema.

E vocês o que acham? comentem por aqui... Jornalistas diplomados ou não...

Fim do Monopólio da Informação?

Amigos do Blog, vou postar abaixo o meu trabalho de Teoria do Jornalismo e Audiovisual, curso esse ministrado pelo excelente Fernando de Almeida Sá, em que eu abordo a mais recente polêmica envolvendo a grande imprensa (Ou o PIG, PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA, para quem gosta): A criação do Blog da Petrobrás.

Leiam e opinem. Gostaria de saber o que vocês acham sobre a revolução que a Internet está causando e causará sobre aqueles que detém o monopólio de informar.

Blog da Petrobrás: Início do fim do monopólio da informação? Por Vitor Costa

Há pouco mais de um ano para as próximas eleições para cargos do legislativo e executivo, entre eles a presidência da república, a guerra eleitoral entre oposição e situação começou aqui no Brasil. Com dificuldades para combater a forte popularidade do presidente Lula, os opositores resolveram atacar através da estatal de maior credibilidade do país: a Petrobrás. Porém, não esperavam o revide: a criação do Blog Fatos e Dados, onde a empresa coloca na íntegra, antes da publicação nos meios, a mesma informação que fornece a imprensa, incluindo perguntas de jornalistas.

Provocando a fúria de determinados veículos, como o “O GLOBO” e a “FOLHA DE SÃO PAULO”, e de associações como a ANJ (Associação Nacional dos Jornais), que consideram o ato uma ofensa a investigação jornalística, esta ação da Petrobrás atinge em cheio o maior interesse daqueles que usam a imprensa para seus interesses: A manipulação da informação. Baseado na teoria do Agenda Setting, em que afirma que a imprensa ajuda a formar a opinião pública e orienta os interesses, estes veículos podem ver este tipo de ato minar este seu objetivo de direcionar a população de acordo com suas vontades.

Como acompanhamos também no filme “Mera Coincidência”, em que fatos são manipulados e até criados para iludir a população, é sabido que determinados veículos de comunicação estão a serviço de interesses de grupos políticos para manipular a informação ao seu bel-prazer. Eles editam para levar ao público aquilo que lhe convém, fazendo de tudo para favorecer o seu candidato preferido e prejudicar o outro. No caso do Blog, a informação vai na íntegra e sem intermediários, permitindo a todos o acesso ao real conteúdo, sem edições.

Através do Blog, a Petrobrás vai derrubar o monopólio da informação dos veículos e permitir ao público comparar a íntegra com o que recebe de notícia através dos meios. O uso da imprensa na guerra eleitoral vai sendo desmistificado e a sociedade brasileira vai ter a possibilidade de conferir quem é quem neste conflituoso jogo do poder.